Robô que atacou funcionário rende multa de R$ 6,7 mil na Suécia
O funcionamento inesperado de um robô em uma fábrica de Estocolmo, na Suécia, resultou em sérios danos a um funcionário e rendeu multa de 250 mil coroas suecas (o equivalente a R$ 6,7 mil) à empresa, segundo o jornal "The Local".
O acidente aconteceu em junho de 2007, ao norte de Estocolmo. O funcionário, que fazia manutenção de equipamentos, desativou uma máquina e se aproximou dela para os procedimentos necessários. O robô, porém, passou a funcionar e "atacou" o trabalhador com os dispositivos normalmente utilizados para carregar pedras pesadas.
"Nunca vi algo assim, um robô atacar alguém" disse o procurador Leif Johansson, que aplicou multa equivalente a R$ 6,7 mil à empresa. Ele culpou a companhia por utilizar métodos de segurança inadequados, mas também responsabilizou, em parte, o funcionário atingido.
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Alguns pontos que chamam atenção nessa noticia: O funcionário foi considerado imprudente? Ora, o robô não estava desativado? O que mais ele precisava fazer? Será esse o primeiro capitulo da guerra entre homens e robôs?
O procurador nunca viu algo assim? Quanto tempo será que ele não vai no cinema? Será que nunca ouviu falar do Exterminador do Futuro? Matrix? Blade Runner? Obviamente estou sendo irônico, o que o procurador está querendo dizer é que nunca viu algo assim na "vida real". Mas a poucos meses atrás um robô programado para amar impediu que uma pesquisadora saísse de dentro do laboratório e ficou emitindo sons animalescos.
No artigo original está escrito que apesar dos ferimentos o operário conseguiu se defender e em relação ao termo defender o MeioBit fez uma análise interessante. ["Se defender". Ninguém se defende de um acidente de carro. Ninguém se defende de um elevador com defeito ou de um aquecedor que explode. O ato de se defender implica alguém (ou alguma coisa) determinado a causar dano.]
No texto do G1 o título também é sintomático, pois afirma que o robô atacou o funcionário. Ataque/Defesa, para quem acompanha a produção de ficção científica está familiarizado com as relações de amor e ódio entre seres humanos e robôs. Nos textos de Isac Asimov e Philip K. Dick encontramos contribuições que são fundamentais para começarmos a pensar as complicadas relações entre nós (humanos) e eles (robôs). Talvez essas problemáticas só sejam resolvidas quando formos organismos híbridos como defende Ray Kurzeweil, no texto que ilustra a frase logo a baixo.
Não podemos dizer apenas que foi um funcionamento imprevisível, pois a medida que a cada dia a população de robôs cresce e os cientistas querem que os robôs desenvolvam sua própria inteligencia eles se tornarão tão imprevisiveis ou até pior que o seres humanos, afinal os robôs terão a sua própria consciencia e a sua própria racionalidade para pensar. E se esse robô se sentiu ameaçado e atacou o operário? Quem pode culpar apenas a máquina?
Algo que me deixa intrigado são os pesquisadores e cientistas que trabalham com robótica. Das duas uma, ou eles são tão bitolados em seus estudos e suas pesquisas e não tem tempo para conhecer a produção cultural do decorrer do século XX¹, ou todos eles tem uma tendência suicida acima da média.
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1-Isso sem falar do Frankenstein, Mary Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, e a obra foi primeiramente publicada em 1818, sem crédito para a autora na primeira edição. Atualmente costuma-se considerar a versão revisada da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a definitiva. [fonte]
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