No filme Minority Report através de um sofisticado sistema que envolve alta tecnologia e paranormalidade o Detetive John Anderton, interpretado por Tom Cruise, consegue prender os criminosos antes que eles cometam os crimes. Tudo transcorre tranquilamente até que uma previsão mostra que Anderton irá cometer um assassinato. A partir desse enredo se desenrola a narrativa do filme. Baseado em um conto de Philip K. Dick, o mesmo autor do conto que deu origem a Blade Runner. O autor em suas narrativas sempre levantou questões éticas que envolvem o uso da tecnologia e as relações humanas e no caso de Minority Report a questão clara é: pode ser considerado culpado alguém que ainda não cometeu um crime?
Bom toda essa conversa por conta de uma notícia publicada hoje na Folha online "Software alemão identifica adolescentes com tendências homicidas". O psicólogo alemão, responsável pelo software, inclui uma série de variáveis no programa e vualá, já temos a identificação do nosso suicida em potencial. Detalhe, pelo que eu percebi da entrevista a principal preocupação é com os supostos suicidas que são do tipo que matam os colegas e depois se matam.
Vejamos uma das frases cientista: "Um crime tão grave é sempre o final de um longo caminho que começa com humilhações, rupturas sociais e experiências de perda. Com frequência, ainda ocorrem conflitos no colégio". Ou seja com esse super software de identificação poderemos estigmatizar ainda mais quem já é estigmatizado. Parabéns para as mais altas patentes da ciência contemporânea.
O que me deixa intrigado é como serão feitos os testes? Em todos os alunos? Ou naqueles alunos que podem ser considerados problemáticos? Ora só na escola já teremos um problema sério gravissímo. Como escolher os candidatos problemáticos? Essas questões nem mesmo a mais
Acredito que essas questões nem a mais sofisticada medicina criminal será capaz de responder.
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A imagem do Post é uma cena do filme Minority Report -A nova Lei
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