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Ilegal, "gato velox" espalha internet de banda larga no Rio
Conexão sem fio clandestina sai por até R$ 30; centrais fornecem até ficha de inscrição e carteirinha aos clientes
Com velocidade baixa, o serviço, que desafia polícia e provedores, só dá acesso a sites simples; downloads são praticamente inviáveis
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Parte do sinal que conecta moradores da região metropolitana do Rio à internet é clandestino. O chamado "gato velox" se espalhou pelo subúrbio da capital e municípios vizinhos e desafia polícia e provedores que oferecem o serviço.
Por até R$ 30, moradores de bairros de classe média baixa ou mesmo em favelas conseguem uma conexão de internet banda larga de velocidade de dados limitada, mas que, pela via criminosa, permite fugir do acesso discado e da "exclusão digital". Os "gatos" costumam ser oferecidos onde as concessionárias não oferecem seus serviços de acesso à internet.
"A infra-estrutura para conectar essas pessoas e a falta de interesse das empresas deixa muito a desejar. Isso mostra uma demanda não atendida", afirmou Rodrigo Baggio, presidente do Comitê para a Democratização da Informática.
Há cerca de um ano na praça, os fraudadores têm sofisticado a transmissão de sinais de ponto a ponto. Abandonam aos poucos os metros de cabo que ligam o distribuidor ao cliente e passam a usar antenas, dificultando o trabalho da polícia. Algumas centrais clandestinas fornecem até ficha de inscrição e carteirinha para controlar o número e o perfil dos clientes.
"Qualquer jovem pode fazer isso. Os equipamentos se encontram facilmente na esquina e na internet. Eles acham que não estão cometendo crime, mas estão", diz o delegado Rodolfo Waldeck, da Defesa dos Serviços Delegados.
Geralmente, o "gato" oferece uma conexão com velocidade baixa (em média, 50 kBps, quantidade de dados enviados ou recebidos por segundo), que permite apenas o acesso simples a páginas na internet pouco "pesadas" -sem muita informação digital. Downloads são praticamente inviáveis. Na maioria dos casos, o uso da internet limita-se à visita a sites de relacionamento, bate-papo, mensagens eletrônicas, pesquisa e para o uso de programas de mensagens instantâneas.
A polícia já realizou prisões por distribuição irregular de sinal. Em São Gonçalo, a 25 km do Rio, Bruno Rafael Paulino de Assumpção, 25, foi preso há um mês por montar e usar uma rede clandestina de distribuição de sinal de internet. Ele responde ao processo em liberdade. A estrutura da rede impressionou os agentes da Draco (Delegacia de Repressão às Ações de Crimes Organizados) e de funcionários da Velox, serviço oferecido pela Oi no Rio.
Bruno comprou um plano de 300 kBps da provedora no nome da mãe, Maria das Graças Paulino de Assumpção, 50, e o instalou na casa de uma amiga.
De lá, uma antena enviava o sinal para a residência da família, a cerca de 3 km de distância (onde a Velox não oferecia acesso), segundo a polícia. Na casa da família, o sinal era dividido por dez computadores, em uma lan house -outras duas casas também captavam a conexão por antena.
O uso de antenas dificulta a identificação do local onde há o ponto "legal" da rede clandestina. Em São Gonçalo, a Draco investiga se redes clandestinas fornecem conexão à internet para comerciantes e até para um shopping da região.
"A velocidade é um pouco melhor que a conexão discada, mas não tenho que ocupar uma linha telefônica e disputar o acesso", afirmou o usuário de uma rede ilegal em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, que não quis se identificar.
Algumas centrais, porém, oferecem serviço mais amplo e "personalizado". Em Bangu (zona oeste), um dos "gatos" oferece três planos de R$ 30 (150 kBps), R$ 60 (300 kBps) e R$ 110 (600 kBps). A atividade, em alguns casos, é feita por milícias, como ocorre com o "gatonet" (TV a cabo clandestina).
Desculpem a sinceridade, mas quem pode ser considerado criminoso neste caso? As pessoas que querem acesso a um bem de consumo tão necessário hoje em dia, ou as empresas que não dão a mínima importancia para as populações carentes e não disponibilizam o serviço em áreas remotas pois o custo sai muito caro pra essas empresas. Por que é mais do que óbvio que se essas pessoas tivessem a opção de ter o serviço a um preço justo utilizariam o acesso fornecido pelas companhias de telecomunicações.
2 comentários:
Esse mercado de telecomunicações monopolizado e quase criminoso de tão abusivo tem mais é que amargar prejuízo mesmo. Mas tem Textículo novo, vai lá ver!!! Beijocas, Flá.
Esse mercado de telecomunicações monopolizado e quase criminoso de tão abusivo tem mais é que amargar prejuízo mesmo. Mas tem Textículo novo, vai lá ver!!! Beijocas, Flá.
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